sábado, 23 de abril de 2011

Charles alcança recorde: é o herdeiro na fila há mais tempo


Nesta quarta, príncipe igualou marca de Eduardo VII; na quinta, ficará isolado na liderança. São 59 anos, dois meses e 14 dias à espera da ascensão ao trono.
Quando o príncipe de Gales for se deitar na noite desta quarta-feira (desculpe-nos, leitor, pela imagem de Charles na cama com Camilla), o herdeiro do trono da Inglaterra estará se preparando para um dia histórico. Não será o momento glorioso da coroação, quando Charles enfim assumirá o posto de monarca da Comunidade Britânica. Na manhã de quinta, o príncipe deixará seu nome na galeria das figuras marcantes da realeza amargando um recorde inusitado - será o herdeiro mais longevo da coroa. Nunca ninguém ficou tanto tempo na fila, esperando para ascender ao trono.

Nascido em 14 de novembro de 1948, no Palácio de Buckingham, Charles viu sua mãe, Elizabeth II, iniciar seu reinado em 2 de junho de 1952, quando ele tinha apenas 3 anos. Desde então, é o primeiro na linha de sucessão ao trono. Já conta quase seis décadas aguardando por uma possível coroação. Na quinta, ele supera a marca do atual recordista, o príncipe Eduardo VII, filho da rainha Vitória - não por coincidência, dona do maior reinado da coroa britânica, com espantosos 63 anos e sete meses no trono. Elizabeth II já tem 59 anos de reinado. Em 2012, comemora seu Jubileu de Diamante.

Além da longa espera na linha sucessória, Charles e Eduardo VII dividem outro traço comum na biografia: os casos extraconjugais. Mas se Charles trocou Diana por Camilla Parker-Bowles, Eduardo permaneceu casado - só que teve dezenas de amantes. Contam-se 55 possíveis casos (entre eles, relacionamentos com a mãe de Winston Churchill, a atriz Sarah Bernhardt e, assombrosa coincidência, a bisavó da própria Camilla, Alice Keppel). O reinado de Eduardo VII durou menos de uma década - ele começou em janeiro de 1901 e terminou com sua morte em maio de 1910.

Charles encara uma perspectiva parecida. Além de encarar o trabalho mais constrangedor do mundo - o de esperar o pai ou a mãe morrer para assumir o trono -, ele sabe que quase ninguém na família morre cedo. Não há nenhum sinal evidente de que Charles esteja próximo de substituir Elizabeth, forte e sacudida aos 84 anos. Quando a natureza seguir seu rumo, ele será coroado rei e eventualmente passará o título de príncipe de Gales e a tarefa de esperador-mor do reino para o filho William. Mas o herdeiro, que se casa na próxima sexta, não deverá esperar tanto tempo pela sua chance.

Um príncipe de Gales não pode interferir em política, nem dar palpite sobre temas de governo, nem ter outro emprego que não alguma função nas Forças Armadas e mesmo assim sem risco patente de vida, motivo pelo qual o irmão caçula de William pode servir sigilosamente no Afeganistão, mas ele não. Uma frustração menor para um sujeito que passa a vida sendo preparado para uma função que nunca sabe quando poderá exercer. Charles teve a reputação severamente abalada na tempestuosa era Diana, quando se chegou a aventar que a coroa deveria passar diretamente de Elizabeth a William.Além de encarar o trabalho mais constrangedor do mundo - o de esperar a mãe morrer para assumir o trono -, ele sabe que quase ninguém na família morre cedo.

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